Ir para retiro é uma oportunidade de sair por momentos da correria das nossas vidas. Em retiro criamos condições para estarmos mais afastados dos afazeres habituais e das incontáveis distrações. Por outro lado somos convidados a uma certa interioridade e até a fazermos um balanço de vida, o que só é possível quando a poeira pode finalmente começar a pousar. Ir para retiro não é uma fuga à realidade uma vez que nos vamos confrontar com as dinâmicas e hábitos da nossa mente e corpo. “Aonde quer que vás, aí estarás tu”.
Em retiro podemos resgatar a intimidade e cumplicidade connosco mesmos, uma vez que temos mais tempo para nos dedicarmos a estar com presença perante a nossa experiência de estarmos vivos.
Ao reduzir a quantidade de distrações e estímulos com que a nossa mente frequentemente lida, entrando num ritmo mais orgânico e natural, começamos a aprofundar a nossa qualidade de atenção plena, presença, abertura de coração e proximidade a nós mesmos e aos outros.
O contexto seguro do grupo e dos orientadores, facilita na medida do possível, o contacto e expressão de toda a nossa experiência, com acolhimento, sem critica e sem julgamento.
Ir para retiro é uma oportunidade de repousarmos e nutrirmos as nossas necessidades mais profundas. É como o peregrino que toma alguns minutos para se sentar numa sombra à beira da estrada para voltar a olhar para a sua bússola e confirmar que vai no caminho certo.
No fundo estamos temporariamente a retirar-nos do Mundo para depois voltarmos para ele e nos entregarmos de forma mais inteira e consonante com a nossa melhor versão.
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