Depois do retiro de Inverno de 3 meses e meio que realizei em Amaravati em inicio de 2025, fiquei com uma forte aspiração de levar mais a sério a possibilidade de viver numa comunidade dedicada a praticar o Nobre Caminho do Buda.
Decidi parar todas as minhas atividades e durante pelo menos 1 ano, estarei retirado do “mundo”, dedicado exclusivamente à vida contemplativa.

Acredito que a meditação é muito mais do que uma ferramenta de gestão de stress. Quando praticada consistentemente, a meditação vai-nos estendendo o convite a adotar um estilo de vida que apoie cada vez mais a prática contemplativa. A meditação é parte integrante de um caminho de crescimento espiritual.

Ensino a meditar, não tanto a partir de um conhecimento teórico, mas com base no que tenho realizado e integrado na minha vida.

Parte importante da vida contemplativa é a realização de retiros. Ir para retiro é uma oportunidade de ir mais fundo nas várias vertentes do treino – meditação, sabedoria e conduta ética. Apesar de haver um “desligar” do mundo e da vida quotidiana, ir para retiro não é uma fuga aos desafios da vida. Como nos diz Jon Kabat-Zinn, o criador do programa MBSR: “Aonde quer que vás, ali estarás”. Levamos connosco na nossa mente/corpo/coração os desafios, as dúvidas, os anseios e os dramas predispondo-nos a dar-lhes total atenção sem as estratégias de distração e fuga habituais. Ir para retiro é também uma oportunidade de rever a direção da nossa vida e olhar para nossa bússola interior.